No
1º turno das eleições ocorrido no dia 07 de outubro registrou-se números
interessantes no que se refere aos militares estaduais e do DF eleitos no nível
Federal para os cargos de Senador e Deputado Federal, em relação aos quais farei
algumas breves considerações para posterior reflexão.
Foram
Eleitos dentre os militares estaduais (Polícia Militar e Corpo de Bombeiro
Militar) 02 Senadores e 21 Deputados Federais, além de algumas dezenas de
Deputados Estaduais. Também é necessário considerar que já está eleito um
Vice-Governador (AC) e há mais uma Candidata a Vice-Governador (SP) e dois a Governadores
(SC e RO) disputando o 2º turno, todos eleitos e/ou disputando por várias agremiações
partidárias.
Necessário
ainda mencionar que estes, no nível Federal, sem somar aqueles que disputaram cargos
eletivos estaduais, somaram mais de 13.000.000 (treze milhões de votos) cerca
de 10% do universo dos votos registrados nas urnas de todo o Brasil, o que é um
número bastante expressivo. Registra-se que se somar votos à militares das
Forças Armadas o número é ainda mais expressivo.
Em
rápida análise, ao nosso entendimento DEZ fatores contribuíram e foram
decisivos para que isso ocorresse em todo o País:
1º
- FALTA DE ATENÇÃO DOS POLÍTICOS E AUTORIDADES AOS MILITARES ESTADUAIS E DO DF;
2º
- NECESSIDADE DA BUSCA DE ESPAÇO;
3º
- DESENVOLVIMENTO AO LONGO DO TEMPO DO CONHECIMENTO E DOMÍNIO DA ATIVIDADE
POLÍTICA NUMA DEMOCRACIA;
4º
- FAZER POLÍTICA DE MANEIRA DIFERENTE;
5º
- BUSCAR RECONHECIMENTO E ESPAÇO DENTRO DA DEMOCRACIA;
6º
- PARTICIPAR DAS SOLUÇÕES PARA A SEGURANÇA PÚBLICA E PARA O BRASIL;
7º
- EXERCER A CIDADANIA NA PLENITUDE;
8º
- TER VOZ E VEZ;
9º
- MOSTRAR QUE MILITAR É CAPAZ SIM; e
10º-QUE
MILITAR PENSA E DEFENDE A DEMOCRACIA PARTICIPANDO DELA.
Esses
foram alguns fatores que levaram, no meu enter, os militares dos Estados e do
DF a participarem e se envolverem no pleito eleitoral. Na verdade observando
esses dez fatores em curta análise, os miliares, e eu me incluo nisso, pois sou
militar estadual, quiseram e estão demonstrando que são “gente” como todos os
brasileiros, desfazendo uma máxima que perdurou por longas décadas de que
militar pertencia a uma espécie de segunda categoria de cidadãos que não
pensava, que não poderia se manifestar, que era tosco, que possuía baixo nível
intelectual, que não sabia viver em sociedade e que não gostava e nem aceitava
a democracia.
De
forma taxativa estas eleições com a participação, segundo levantamento, de mais
de 900 (novecentos) candidatos militares estaduais e do DF em todo o País,
demonstram que os fatores acima elencados foram determinantes para que tal
participação ocorresse. Necessário comentar, no entanto, que na maioria dos
casos os militares da ativa quando se candidatam à cargos políticos acabam por
sofrer, pela sua condição de militar, muitos percalços na carreira, muito mais
se seu partido não é afinado com aquele dos governantes de “plantão” em
determinados Estados, porém mesmo assim com coragem foram à luta.
Os
militares que se candidataram, que foram eleitos, que fizerem campanha buscando
o voto, juntamente com seus familiares e parte considerável da sociedade deram
realidade a afirmação de que ser militar não é mais uma espécie de “doença
contagiosa” que muitos evitavam se aproximar ou ter relação e que tudo mudou.
Elogiar
e votar em militar passou a ser “politicamente correto” à parcela significativa
da sociedade, e é bom e necessário que isso ocorra, pois os militares querem e merece
participar das soluções para o Brasil, direito esse que foi, e está sendo, adquirido
e conquistado através do voto, como deve ocorrer em todas as democracias
consolidadas.
O
que intriga é que teimosamente parcela considerável dos políticos tradicionais (e
até da mídia) aqui no Brasil não entendem, para eles, este “fenômeno”. Pensam
eles: como pode um militar disputar um cargo de Governador, de Senador, de Deputado
Federal ou Estadual sem dinheiro, sem estrutura, sem a negociata, sem tudo
aquilo que existe de mal na política tradicional e ganhar de mim? É simples: é
que nas campanhas políticas dos militares existe coerência, patriotismo, culto às
tradições, respeito ao próximo, lealdade e vontade de fazer não para seus
bolsos mas pela pátria, pelo Brasil e a sociedade reconheceu isso votando neles,
só isso, que aliás é tudo.
Políticos
da velha política com todas as suas mazelas, novos tempos chegaram, ou vocês mudam
ou estão fora.
Um
forte abraço à todos e vamos à luta.
MARLON
JORGE TEZA